Uso do Cânhamo na Era Colonial
Durante a época colonial, constata-se que o cânhamo era uma cultura essencial para a marinha britânica, a mais poderosa à época, especialmente para a produção de cordas e velas de navios, e as colônias americanas eram incentivadas a cultivar cânhamo.
Algumas leis coloniais exigiam dos agricultores uma quantidade mínima de cânhamo plantado por safra, e esta era uma commodity valiosa, que também desempenhava um papel importante no comércio internacional e cenário militar.
Neste ponto, é importante mencionar que a variedade cultivada naquela época não deve ser confundida com a cannabis moderna destinada para o uso social adulto, que contém altos níveis de THC, o composto psicoativo. O cânhamo que era cultivado também se chamava cannabis, mas essa variedade contém níveis insignificantes de THC, assim como o foco do produto final do cultivo era outro.
As leis coloniais britânicas e as políticas comerciais incentivaram fortemente o cultivo de cânhamo nas colônias americanas, especialmente devido à sua importância estratégica para as marinhas e indústrias têxteis.
- Atos de Navegação e Incentivos ao Cultivo de Cânhamo:
A Grã-Bretanha, sendo uma potência naval, precisava de grandes quantidades de cânhamo para produzir cordas e velas para seus navios. Isso levou à criação de leis que incentivassem o cultivo de cânhamo nas colônias.
As Leis de Navegação (Navigation Acts), criadas a partir de 1651, foram desenhadas para fortalecer o controle britânico sobre o comércio colonial, garantindo que matérias-primas importantes, como cânhamo, fossem fornecidas diretamente às indústrias britânicas.
- Subsídios e Recompensas:
A Coroa Britânica oferecia subsídios e recompensas para encorajar os colonos a plantar cânhamo.
Em 1705, a Assembleia Geral da Virgínia, por exemplo, passou leis que exigiam que cada fazendeiro cultivasse cânhamo, e o governo britânico muitas vezes concedia isenções de impostos ou recompensas em dinheiro por sua produção.
- Indústria Têxtil e Militar:
O cânhamo era vital para as indústrias têxteis, especialmente para a produção de tecidos rústicos, lonas e cordas, que eram usados nas marinhas para confecção de velas e equipamentos.
A demanda por cânhamo era tão importante que, em alguns casos, os colonos eram multados por não produzirem cânhamo suficiente para atender às demandas britânicas.