Thomas Jefferson também cultivou cânhamo em sua plantação na fazenda Monticello.
Além de ser um inovador, Jefferson era conhecido por ser um defensor da diversificação das culturas agrícolas. Ele acreditava no potencial econômico do cânhamo e promovia seu cultivo entre os agricultores americanos. Em uma de suas correspondências, Jefferson mencionou que “o cânhamo é de primeira necessidade para a riqueza e proteção do país”.
Embora não haja evidências de que Jefferson tenha dedicado grandes porções de sua terra ao cânhamo, ele o via como uma alternativa ao tabaco, uma cultura que empobrecia os solos da Virgínia. Jefferson também estava interessado nas propriedades industriais do cânhamo, como o uso de suas fibras na fabricação de tecidos.
- Diários de Jefferson: Jefferson mantinha registros detalhados de suas experiências agrícolas em Monticello. Embora ele não tenha escrito tanto sobre o cânhamo quanto Washington, Jefferson mencionou o cânhamo como uma alternativa ao tabaco, uma vez que este empobrecia o solo.
- Citação direta: “O cânhamo é de primeira necessidade para a riqueza e proteção do país.” Jefferson mencionou em uma correspondência que considerava o cânhamo um recurso estratégico para a república, útil em produtos como cordas e roupas.
Provas Históricas:
- Diários e correspondências de George Washington e Thomas Jefferson mencionam explicitamente o cultivo de cânhamo.
Aqui estão algumas fontes históricas que corroboram essas afirmações:
Em suas entradas de diário, Washington se refere ao cânhamo como uma colheita importante, e em 12 de agosto de 1765, ele menciona explicitamente o plantio de cânhamo: “Began to separate the male from the female hemp, rather too late” (Comecei a separar o cânhamo macho e fêmea, um pouco tarde demais).
Essa separação provavelmente estava relacionada ao cultivo do cânhamo para a produção de fibras, que era comum na época para a criação de cordas, lonas e tecidos – essenciais para equipamentos navais e para o uso agrícola diário.
Fonte: The Diaries of George Washington, Volume 1: 1748-65, LOC – Library of Congress
Jefferson também faz menção ao cultivo de cânhamo em suas cartas e documentos.
Em uma correspondência de 1791 para Thomas Mann Randolph, ele descreve o cânhamo como uma planta útil e incentiva seu cultivo.
Fonte: The Papers of Thomas Jefferson, Princeton University Press.
- Registros de propriedades agrícolas, como em Mount Vernon (George Washington) e Monticello (Thomas Jefferson), confirmam que o cânhamo fazia parte da produção agrícola.
- Como proprietário de uma indústria de papel, Benjamin Franklin utilizou papel de cânhamo, uma commodity valiosa na indústria de publicações da época.
O cânhamo oferecia uma fibra forte e durável, ideal para a produção de papel, o que era essencial para publicações e documentos que necessitavam de longevidade, e era uma matéria-prima popular na produção de papel antes do desenvolvimento de processos modernos de fabricação de papel a partir de madeira. Durante a era colonial, o papel de cânhamo era amplamente utilizado em publicações, incluindo os jornais e panfletos de Franklin. Sua durabilidade tornou-o a escolha preferida para documentos importantes, como cédulas de dinheiro, livros e jornais.
- O Declínio do Cânhamo nos Estados Unidos
Com o tempo, o cultivo de cânhamo nos EUA diminuiu, especialmente com a ascensão do algodão como cultura dominante e o desenvolvimento de materiais sintéticos no século XX, advindos do desenvolvimento da indústria petrolífera.
Além disso, a associação do cânhamo com a cannabis e o aumento das regulamentações antidrogas no início do século XX levaram à proibição do cultivo de cânhamo industrial, que só recentemente começou a ser revivido em algumas partes dos EUA após as mudanças nas leis.
Após o período colonial e nos primeiros anos dos Estados Unidos, o cultivo de cânhamo declinou gradualmente. Isso ocorreu devido a vários fatores, como o aumento da popularidade do algodão e, no século XX, as regulamentações que associaram o cânhamo à cannabis e resultaram em sua proibição.
- Proibição do cânhamo no século XX: A Lei de Impostos sobre a Maconha de 1937 criminalizou o cânhamo juntamente com outras formas de cannabis, mesmo que o cânhamo industrial tenha baixo teor de THC.
Essa confusão regulatória persistiu até o século XXI, quando a produção de cânhamo começou a ser descriminalizada em alguns estados.
Complementos Úteis
- Contribuições agrícolas dos Founding Fathers: Além do cânhamo, os Founding Fathers estavam profundamente interessados em outras inovações agrícolas. Washington, por exemplo, introduziu técnicas de rotação de culturas para melhorar a produtividade de suas terras. Jefferson também foi um grande promotor de diversificação de culturas, acreditando que a agricultura diversificada seria essencial para a sustentabilidade da nova república.
Conclusão
Os Founding Fathers dos Estados Unidos viam o cânhamo como uma planta agrícola útil, com grande valor para a economia colonial e a jovem república americana. Washington e Jefferson, em particular, foram defensores do cultivo de cânhamo por seu valor prático, e Franklin ajudou a promovê-lo através de sua fábrica de papel. Embora o cânhamo tenha perdido importância nos séculos seguintes, sua conexão histórica com as figuras fundadoras do país reflete o papel central que desempenhou na economia agrícola do período.
O cânhamo foi amplamente cultivado pelos Founding Fathers, mas sempre com uma função industrial e agrícola em mente.
Embora não haja provas históricas de que eles estivessem interessados nas propriedades psicoativas da planta (até porque o cânhamo cultivado tinha baixo THC), eles estavam claramente conscientes de seu valor econômico e estratégico.
A relação dos Founding Fathers dos Estados Unidos com o cultivo de cânhamo (hemp) é bem documentada, especialmente nos diários e correspondências de figuras como George Washington e Thomas Jefferson.
O cânhamo desempenhou um papel significativo na vida agrícola de vários Founding Fathers dos Estados Unidos, particularmente George Washington e Thomas Jefferson. Provas históricas, como diários, cartas e registros de suas plantações, mostram que ambos consideravam o cânhamo uma cultura útil e viável. Além disso, Benjamin Franklin ajudou a promover o uso do cânhamo na indústria de papel. Embora o cultivo de cânhamo tenha diminuído e sido criminalizado no século XX, sua importância econômica na fundação da nação americana é indiscutível.
Para mais informações e provas históricas, as seguintes fontes são recomendadas:
- Diários e cartas de George Washington
Disponíveis nos Arquivos Nacionais dos EUA. - Cartas de Thomas Jefferson
A Monticello.org mantém registros digitalizados de correspondências e diários de Jefferson. - Biblioteca do Congresso
Registros de leis coloniais e arquivos sobre o cultivo de cânhamo. - Farm Bill de 2018
Revisões legislativas recentes sobre o cultivo de cânhamo nos EUA.