O cânhamo (Cannabis sativa L.), com teor de THC inferior a 0,3%, é uma planta versátil.
Suas fibras, sementes e flores são utilizadas em setores como têxtil, construção civil (com o hempcrete), alimentação e medicina.
No Brasil, pesquisas da UFV e da Buds INC desenvolveram técnicas como a miniestaquia (produção de mudas em espaços reduzidos) e o biochar de resíduos de cannabis, que transformam subprodutos em insumos agrícolas sustentáveis.
Além disso, o cânhamo regenera solos degradados, captura até 16 toneladas de CO₂ por hectare e consome 75% menos água que o algodão, posicionando-se como pilar da economia verde.
Agrotech: Tecnologias que Impulsionam o Cultivo
A agricultura digital está redefinindo o campo. No caso do cânhamo, três pilares se destacam:
- Agricultura de Precisão com IA: Sensores e algoritmos de IA otimizam irrigação, monitoram a saúde das plantas e identificam variedades ideais para cada região, aumentando a produtividade em até 20%.
- Tokenização via Blockchain: A transformação de commodities em tokens digitais, usando blockchain, permite transações mais ágeis, rastreabilidade completa e acesso a mercados globais. Produtores de cânhamo podem tokenizar safras, garantindo segurança jurídica e atraindo investimentos.
- Monitoramento Remoto: Sistemas de GPS e GPRS em máquinas agrícolas facilitam o acompanhamento em tempo real, reduzindo custos operacionais e desperdícios.
A integração dessas tecnologias não só moderniza o cultivo, mas também atende à demanda por transparência, especialmente em cadeias produtivas complexas como a do cânhamo, onde a rastreabilidade é crucial para cumprir normas legais.
Regulamentação: O Catalisador Necessário
A decisão histórica do STJ em 2024, que estabeleceu um prazo de 6 meses para regulamentar o cultivo de cânhamo, foi um marco. Apesar dos avanços, desafios persistem, como a falta de registros de cultivares e a necessidade de infraestrutura para processamento.
Projetos de lei, como o PL 5511/2023, e parcerias entre Embrapa, universidades e o setor privado buscam criar um arcabouço legal que una inovação e segurança jurídica .
Potencial Econômico e Sustentável
O mercado global de cânhamo deve saltar de US$ 11 bilhões (2024) para US$ 30 bilhões até 2029, com o Brasil apto a liderar na América Latina . Além de reduzir a dependência de importações de medicamentos à base de CBD, o país pode explorar nichos como:
- Têxteis sustentáveis: Alternativa ao algodão e fibras sintéticas .
- Bioplásticos e materiais de construção: Reduzindo o uso de derivados de petróleo .
- Alimentos funcionais: Sementes ricas em ômega-3 e proteínas .
Conclusão: Um Futuro Conectado
A sinergia entre agrotech e cânhamo industrial redefine o agronegócio. Blockchain, IA e políticas públicas progressistas são ferramentas para transformar desafios em oportunidades. Com regulamentação sólida e investimento em pesquisa, o Brasil não apenas diversificará sua economia, mas se tornará um exemplo global de como tecnologia e natureza podem coexistir em prol do desenvolvimento sustentável.
O cânhamo é mais que uma planta: é uma revolução verde, cultivada em bytes e raízes.
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